Roller Coaster
Estou a começar a escrever isto sem titulo mesmo, pois não sei sobre o que vou escrever, nem o que vou escrever.
Pensei em falar sobre perda, pois ultimamente perco tudo e todos, pensei em falar novamente na crise dos 20, pensei em mil coisas. Mas também tenho a cabeça a mil, por isso não faço ideia do que vou falar.
Os últimos dias tem sido uma montanha russa enorme, Ora está tudo na mó de cima ora está tudo na mó debaixo. Num dia sinto que sou uma rainha, que tenho tudo na minha mão, posso governar este mundo e o outro, e no dia seguinte nem consigo governar o meu cabelo, só quero chorar e desaparecer. Sinceramente, achei que desde que o meu pai faleceu mais nada me ia magoar ou fazer chorar, que ia ver os problemas de outra forma completamente diferente. Mas enganei-me. Sinto que foi totalmente o contrario, fiquei mais frágil, mais pequenina, mais menininha. Os medos de antes agora são autênticos pesadelos, pois não tenho, fisicamente, o meu anjo da guarda para me dar um abraço, um beijo, uma palavra de força.
É difícil. É difícil fazer que está tudo bem, que não dói, que não tenho medo. E, se calhar, é esse mesmo o meu problema, fazer de conta que estou bem, que aguento tudo. Talvez seja o meu problema por tomar as coisas como garantidas e não lutar para as manter, ou, pelo menos, não demonstrar isso. Pois na minha cabeça eu continuo a lutar pelas coisas, continuo a querer conquistar as pessoas todos os dias, mas isso não passa para fora. Não passam os planos que faço, não passam as preocupações que tenho, não passam as noites não dormidas ou as noites em que adormeci a chorar e preocupada com algo.
E a prova disso é que já tinha tantos planos para a viagem, já sabia o que íamos ver, o que íamos fazer, onde íamos dormir e até já tinha a prenda de anos programada, e agora? Agora são mais uns planos num ficheiro perdido ai algures, perdidos na minha cabeça, no meu histórico. Fica a vontade de poder voltar ao passado e mudar tudo, passar uma borracha e apagar os "erros". Ninguém é perfeito e eu nem pedi que o fossemos, sempre aceitei os nossos feitios que, às vezes, colidiam. Porém comecei a mudar a maneira de reagir quando li algures em só reagir às coisas no dia seguinte, e se no dia seguinte não me incomodar, é porque não era realmente importante chatear-nos por causa disso. E é verdade, há discussões que eu sei que existiram, porém não me consigo recordar dos motivos.
Sei que tenho 23 anos, sou legalmente adulta, já devia estar com a vida encaminhada e não tenho. Comporto-me como uma adolescente inconsequente, ao fim ao cabo, como me comportava na adolescência só que com obrigações de adulta. Deve ser a isto que chamam o Síndrome de Peter Pan (e eu ia escrevendo Peter Parker.... Thanks Marvel.). Sei que as minhas atitudes desgastam as pessoas à minha volta. Sei que devia ter mais vontade de fazer algo, de crescer. Mas, foda-se, ser adulta sem o meu modelo aqui é tão difícil, e eu não quero. Não quero viver num mundo em que não o tenho para me guiar, em que não lhe posso ligar por não saber como mudar um pneu, que não posso ligar apenas porque preciso de ouvir a voz dele, e eu entendo que as pessoas que vivem comigo diariamente não tenham culpa de eu estar com a minha estabilidade emocional abaixo de zero. Eu tenho essa consciência, e tenho mudado aos poucos, tenho feito por mim e pelos outros. Mas nunca é o suficiente.
Dói. Dói apagar fotografias, esconder molduras, (re)ler textos, mensagens, ver vídeos. Dói respirar e sentir o cheiro do perfume, dói tanto. Dói ver um sorriso que não é para mim. Mas é uma dor que é tão forte, que é quase física. É frustrante olhar para tudo o que construímos e ver o mesmo a ser desmoronado.
É uma luta nesta cabeça, é a crise dos 20 a bater, é o luto que não tem fim, é a perda de alguém importante. É uma montanha russa autêntica, é querer resolver tudo no mesmo momento e não dar tempo ao tempo e deixar as feridas sararem.
Talvez seja isso, vamos dar tempo ao tempo e ver no que dá.
Pensei em falar sobre perda, pois ultimamente perco tudo e todos, pensei em falar novamente na crise dos 20, pensei em mil coisas. Mas também tenho a cabeça a mil, por isso não faço ideia do que vou falar.
Os últimos dias tem sido uma montanha russa enorme, Ora está tudo na mó de cima ora está tudo na mó debaixo. Num dia sinto que sou uma rainha, que tenho tudo na minha mão, posso governar este mundo e o outro, e no dia seguinte nem consigo governar o meu cabelo, só quero chorar e desaparecer. Sinceramente, achei que desde que o meu pai faleceu mais nada me ia magoar ou fazer chorar, que ia ver os problemas de outra forma completamente diferente. Mas enganei-me. Sinto que foi totalmente o contrario, fiquei mais frágil, mais pequenina, mais menininha. Os medos de antes agora são autênticos pesadelos, pois não tenho, fisicamente, o meu anjo da guarda para me dar um abraço, um beijo, uma palavra de força.
É difícil. É difícil fazer que está tudo bem, que não dói, que não tenho medo. E, se calhar, é esse mesmo o meu problema, fazer de conta que estou bem, que aguento tudo. Talvez seja o meu problema por tomar as coisas como garantidas e não lutar para as manter, ou, pelo menos, não demonstrar isso. Pois na minha cabeça eu continuo a lutar pelas coisas, continuo a querer conquistar as pessoas todos os dias, mas isso não passa para fora. Não passam os planos que faço, não passam as preocupações que tenho, não passam as noites não dormidas ou as noites em que adormeci a chorar e preocupada com algo.
E a prova disso é que já tinha tantos planos para a viagem, já sabia o que íamos ver, o que íamos fazer, onde íamos dormir e até já tinha a prenda de anos programada, e agora? Agora são mais uns planos num ficheiro perdido ai algures, perdidos na minha cabeça, no meu histórico. Fica a vontade de poder voltar ao passado e mudar tudo, passar uma borracha e apagar os "erros". Ninguém é perfeito e eu nem pedi que o fossemos, sempre aceitei os nossos feitios que, às vezes, colidiam. Porém comecei a mudar a maneira de reagir quando li algures em só reagir às coisas no dia seguinte, e se no dia seguinte não me incomodar, é porque não era realmente importante chatear-nos por causa disso. E é verdade, há discussões que eu sei que existiram, porém não me consigo recordar dos motivos.
Sei que tenho 23 anos, sou legalmente adulta, já devia estar com a vida encaminhada e não tenho. Comporto-me como uma adolescente inconsequente, ao fim ao cabo, como me comportava na adolescência só que com obrigações de adulta. Deve ser a isto que chamam o Síndrome de Peter Pan (e eu ia escrevendo Peter Parker.... Thanks Marvel.). Sei que as minhas atitudes desgastam as pessoas à minha volta. Sei que devia ter mais vontade de fazer algo, de crescer. Mas, foda-se, ser adulta sem o meu modelo aqui é tão difícil, e eu não quero. Não quero viver num mundo em que não o tenho para me guiar, em que não lhe posso ligar por não saber como mudar um pneu, que não posso ligar apenas porque preciso de ouvir a voz dele, e eu entendo que as pessoas que vivem comigo diariamente não tenham culpa de eu estar com a minha estabilidade emocional abaixo de zero. Eu tenho essa consciência, e tenho mudado aos poucos, tenho feito por mim e pelos outros. Mas nunca é o suficiente.
Dói. Dói apagar fotografias, esconder molduras, (re)ler textos, mensagens, ver vídeos. Dói respirar e sentir o cheiro do perfume, dói tanto. Dói ver um sorriso que não é para mim. Mas é uma dor que é tão forte, que é quase física. É frustrante olhar para tudo o que construímos e ver o mesmo a ser desmoronado.
É uma luta nesta cabeça, é a crise dos 20 a bater, é o luto que não tem fim, é a perda de alguém importante. É uma montanha russa autêntica, é querer resolver tudo no mesmo momento e não dar tempo ao tempo e deixar as feridas sararem.
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